
Mineiro tem mania. Mineiro bate pernas, senta,
fica olhando. Fica horas. Pode ser um gato, um
boi, o tempo. Rumina. Memoria. Corre, volta à
infância, vai para Paris na asa do vento, essas coi-
sas. Conta casos, fica lendo. Cisca, cisca, cisca.
Depois vira médico e escreve livro feito o Chico
Bastos, cujas veias roçam a roça do Rosa.

Nilson Azevedo
Cartunista
A sua crônica é boa e traduz em linguagem literá-
ria aspectos técnicos que, infelizmente, são pou-
co percebidos pela grande maioria dos homens.
Lembrou-me Guimarães Rosa, que fala da degra-
dação do solo e das veredas nos nossos sertões,
com sensibilidade poética e ao mesmo tempo
fluência técnica.

Marx Leandro
Prof. UFLA/DCS
Nas páginas destes Contracontos, a gente pode
virar menino, avistar o mundo do alto de um pé
de manga; reparar nos bichos de pena, pêlo e
couro, cores e cantigas; escutar o marulho do
rego d'água, território de intermináveis viagens;
presenciar o rumor da piracema, vida renovada
entre saltos e sustos.

Olavo Romano
Autor