TROMBOSE

Trombo ou coágulo é o sangue que passou do estado líquido para o gelatinoso, ou seja, estado coagulado. Existe uma série de fatores na formação dessa espécie de iogurte que é o trombo intra-vascular.

O sangue é uma substância líquida e viscosa, fluindo dentro das artérias e das veias. No caso das artérias, ele flui rápido e, nas veias, mais lentamente. Se o fluxo do sangue diminuir, pode coagular e formar um trombo. Quando as condições ideais são mantidas, o fluxo da ocorre sem problemas. O sangue alimenta os tecidos e transporta os detritos celulares, decorrentes do metabolismo.  Entre os componentes do sangue, estão o plasma, uma espécie de soro composto, principalmente, de água e que é o meio de condução de todos os outros componentes, a saber: glóbulos vermelhos – as hemácias que dão a cor vermelha ao sangue e os glóbulos brancos, ou leucócitos. É uma solução à base de água, o soro que transporta os vários tipos de células. Dissolvido no plasma, um componente importante para a coagulação está nas plaquetas que podem ser agrupadas em fibrinas, polímeros de fibrinogênio para aprisionar as células do sangue, dando uma consistência diferente como a de um queijo, ou iogurte, ou seja, uma consistência semi-sólida. No caso do queijo, é o caseum, uma proteína também com a capacidade de se contrair aos poucos e separar o soro da proteína.

A formação de um coágulo sanguíneo é decorrente de várias condições, ou seja, além do fluxo de sangue, pode ocorrer alteração da viscosidade do sangue, ou seja, se o sangue ficar mais grosso, coagulará. Diversas situações causam o aumento da viscosidade, como a desidratação ou aumento das células do sangue. A desidratação é causada por perda de sangue, como no caso das hemorragias ou por doenças ligadas aos rins com perda de líquidos.

O fato de coagular pode ser normal ou patológico.  Quando uma pessoa perde a integridade de um vaso, por exemplo, um corte de pele atingindo um vaso, ocorrerá algumas reações de defesa. O vaso se contrai e o coágulo se forma para impedir a perda excessiva de sangue. O trombo formará uma espécie de rolha para impedir a hemorragia. É um fenômeno de defesa e preservação da vida. É a hemostasia.

Quando ocorre a formação de um trombo, acontece um fenômeno na veia: a flebite! Ela é acompanhada por  reação inflamatória. O coágulo formado na veia pode obstruir total ou parcialmente a veia. Outros nomes existem para esse mesmo fenômeno, como tromboflebite ou trombose venosa (phlebos significa « veia » e trombos, significa « coagulação »).

Na maioria dos casos, a flebite se forma nas veias das pernas, sendo impossível determinar a causa. O fenômeno ocorre depois de um longo período de imobilização, como após cirurgias e períodos de repouso em leito. Uma coisa é certa: se ocorrer a formação de uma flebite em veias do sistema profundo e de calibre mais grosso, trata-se de uma urgência médica.

Tipos

Existem dois tipos de flebites, as superficiais e as profundas.

  • Superficial é a forma mais frequente nas veias visíveis, as superficiais e de pessoas portadoras de varizes. Ela causa dor e desconforto, sendo um sinal de alarme e confirma a doença venosa, levando a flebites profundas.
  • Profundas é quando o coágulo sanguíneo é formado em uma veia profunda com o sangue circulando em maior quantidade, a situação é mais perigosa, pois o coágulo se desprende da parede venosa e migrar através de outras veias e ir até o coração e, depois, bloquear as artérias pulmonares ou seus ramos, causando a embolia pulmonar. A ocorrência é potencialmente fatal. A panturrilha é a região em que esse fenômeno é mais frequente.

As flebites e embolia pulmonar são dois problemas que seguem juntos. É comum ouvir sobre as embolias pulmonares, após longas viagens de avião – a chamada síndrome da classe econômica -, devido a longos períodos de pouca mobilização. As tromboflebites profundas atingem uma pessoa a cada grupo de mil. Nos EEUU, ela é mais frequente que os ataques cardíacos ou os derrames cerebrais!

Trombo arterial

Se o fenômeno da trombose ocorre nas artérias, significa que acontecerá a criação de obstáculo que impedirá o fluxo arterial, significando que faltarão nutrientes ao território que deveria ser irrigado, logo depois do local da obstrução. A trombose acontece, logo depois da formação de processo ateroscleróticos, criando placas que obstruem, gradualmente, a luz das artérias, até o fechamento total dela.

Trombo venoso

É o mais frequente e, geralmentem ocorre nas veias das pernas. Quando se forma em uma veia, provoca a interrupção do fluxo, que estava sendo drenado, dificultando à rede venosa desempenhar o papel. O trombo pode se mobilizar, sendo denominado êmbolo. O trombo tem a capacidade de viajar dentro da rede venosa, ou seja, tornar-se um êmbolo, pois pode passar pelo coração, seguir e se alojar nas artérias do pulmão. É a embolia pulmonar! Dependendo do tamanho da artéria, o acontecimento poderá ser fatal! Morte instantânea.

Os trombofílicos

Existem pessoas que são mais susceptíveis a coágulos com mais facilidade: os trombofílicos, como os tabagistas, aqueles que tomam hormônios e os que têm doenças genéticas com alterações na cascata de coagulação.

Alguns fenômenos também ajudam a causar flebites, como a estase, a estagnação do sangue dentro das veias, sendo o caso das varizes. Também a lesão de parede da veia, que pode se originar de punção venosa, traumas  etc podem provocar tromboflebite. Entretanto, a metade dos casos de flebite ocorre processos de difícil explicação.  A flebite pode ser espontânea, porém os fatores de risco devem ser procurados.

Complicações

Raramente, uma flebite superficial é acompanhada de complicação. As flebites profundas são as mais perigosas, pois causam embolia pulmonar.  Em mais de 70% desses casos, o coágulo acontece nas veias da perna. Após um episódio de trombose venosa profunda, é possível ocorrer os sintomas relacionados com a insuficiência venosa e o coágulo pode afetar as válvulas dentro das veias, lesando-as e agravando o fluxo de drenagem das veias. Em termos médicos, é a síndrome pós-flebite. Nas flebites superficiais, a veia fica dura, avermelhada e se torna mais visível. Dói sempre que for tocada. Já, nas flebites profundas, é um pouco diferente. Na metade das pessoas afetadas por uma flebite profunda, encontra-se a sensação de calor, dor profunda na panturrilha, edema da perna e vermelhidão na pele da perna.  Na presença desses sintomas, a recomendação é consultar um médico para afastar a possibilidade de uma embolia pulmonar, ou seja, uma respiração curta, dispnéia e dores no peito com escarro sanguíneo.

 

                Candidatos a episódios de trombose

  • Portadores de varizes dos mmii, ou insuficiência venosa
  • Usuários do tabaco e de hormônios
  • Pessoas com passado de flebite e – ou embolia pulmonar
  • Candidatos a cirurgias de grande porte, como as cirurgias ortopédicas, quando ficarão de repouso por um longo período
  • Hospitalizados com insuficiência cardíaca ou respiratória
  • Usuários de aparelhos intravenosos, como válvulas, pacemaker ou outros
  • Pacientes em tratamento de vários tipos de câncer
  • Portadores de déficit motor de membros inferiores
  • Portadores de distúrbios de coagulação
  • Portadores de traumas de veias, como nas fraturas de pelve
  • Grávidas e pacientes no puerpério
  • Idosos.

Fatores de risco

            Uso de hormônios, cigarro, obesidade e repouso prolongado.

Porque prevenir?
Para evitar os múltiplos desconfortos que acompanham a doença e as suas complicações, potencialmente fatais. As medidas de prevenção são eficazes em mais de 90 % dos casos, desde que acompanhadas por um médico2. Está provado que o uso de meias elásticas torna mais rápido a restauração das veias.Para prevenir as recidivas: se as medidas de prevenção não forem tomadas, pode surgir um novo episódio de TEP em um de cada três casos, no período de cinco anos.  
Como prevenir :
Nos casos de varizes, consultar o angiologista e fazer as correções necessárias.  Evitar longos períodos de imobilização, longas viagens e períodos acamados.Hidratar-se bem. Deve-se tomar, pelo menos, dois litros de líquidos por diaEvitar roupas apertadas que podem atrapalhar a circulação.No caso dos pacientes operados, recomenda-se a mobilização precoce, exceto por orientação médica em contrário.Nos casos de baixo risco, bastaria a colocação de meias elásticas anti-embolias. Nos casos de maior risco, recomenda-se o uso de anti-coagulantes nos momentos de maior risco de embolia, como no período pós cirurgia ou outro motivo de internação. Também são recomendados, após escleroterapia com espuma.  
Em caso de viagem longa
Eis alguns conselhos que podem melhorar o conforto e prevenir as flebites, durante as longas viagens (mais de três horas). Nas viagens de avião, levantar e caminhar um pouco. Se assentados, praticar  quinze vezes os movimentos de flexão e extensão dos tornozelos, a cada hora parar ajudar no retorno do sangue. (veja figura ao lado)Evitar ficar muito tempo com as pernas cruzadas e modificar a posição delas, sempre que possível.Evitar roupas apertadasHidratar-se bem sempre.  Evitar bebidas alcoólicas em excesso. * Quem tem mais risco de trombose, deve discutir com seu médico a possibilidade de tomar anticoagulantes preventivos e usar meias de contensão elásticas  
 

Tratamento médico

Diagnóstico

Apesar de um simples exame médico para diagnóstico de tromboflebite, a recomendação é  submeter o paciente a uma ecografia venosa para detectar a presença de coágulo sanguíneo dentro das veias profundas. Edema e sensação de calor podem ser sinais que levam o médico a pedir a ecografia venosa para confirmar o diagnóstico.

Tratamento

A flebite superficial  requer tratamento local e que pode ser feito em casa. Um pouco de repouso é recomendado, com elevação das pernas e colocação de compressas de calor úmido nas pernas, por 15 a 30 minutos, duas a três vezes ao dia. É possível usar anti-inflamatórios e heparinóides. Ocorre uma melhora em uma a duas semanas. Os anticoagulantes são menos indicados nesses casos.

Os pacientes portadores de varizes devem ser submetidos a uma ablação com espuma ou cirúrgica. Se a flebite for causada por infecção, deve-se tomar um antibiótico. Nas tromboflebites profundas, deve-se tomar os anticoagulantes subcutâneos ou venosos. Depois, pode-se complementar o tratamento com anticoagulantes orais. Recomenda-se o uso desses medicamentos por seis meses. O uso de meias elásticas é recomendado para se diminuir o edema e as complicações.

      Importante Em caso de edema ou de dor súbita, evite massagear a região afetada, pois essa manobra pode piorar a situação. A vitamina K, encontrada no fígado e nos legumes verdes, como o espinafre, pode inibir a ação dos anticoagulantes.  Quem está em uso de anticoagulantes, deve evitar a ingestão desses alimentos.

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